Feolips
(usa openSUSE)
Enviado em 16/06/2017 - 10:01h
ricardogroetaers escreveu:
[quote]Flysker escreveu:
Por acaso se lança uma nova versão do Windows a cada 6 meses ou menos?
Por outro lado, se eu sou um fabricante de grande porte (industria) que produzo mais de 1.000 aparelhos por mês com Linux, quando um aparelho chegar nas mãos do consumidor o sistema colocado nele já estará defasado. Quem vai dar suporte do sistema operacional ao cliente (e a mim)? O Ubuntu por exemplo é gratuito mas o suporte da Canonical é pago. Quem pagará a conta?
O Linux é gratuito mas o usuário (e o fabricante do aparelho) tem que "se virar nos 30".
Considere quatro coisas:
1º) Existem situações onde é necessário se lançar atualizações semestrais, outras anuais, outras até diárias. No entanto, um CentOS dura no mínimo, por exemplo, 7 (sete) anos. Sete anos ininterruptos, recebendo apenas updates (segurança, bugfix, estabilidade). Upgrades existem a cada ciclo de alguns anos, mas não é necessário atualizar antes do final do ciclo de vida. Coisa similar ocorre com o Debian. Mesmo o Ubuntu até tem suas edições semestrais, mas mantém ativo por cinco anos os lançamentos LTS. Esse argumento de "atualizar demais" não é válido porque ambas opções existem em paridade, e é você quem escolhe qual usar.
2º) O primeiro item já resolveu esse. Mas para acrescentar, entenda que o ambiente Linux valoriza muito os updates de segurança e estabilidade. Essa é uma vantagem, e é transparente. Se desejável pelo fabricante, o usuário não precisa intervir ou saber o que acontece..
3º) Linux não é gratuito. Isso não é caridade. Linux é livre. A questão é: existem modelos de negócio como os da Canonical que distribuem seus sistemas gratuitamente para ganhar marketshare, e então pavimentar sua entrada no lucrativo mercado de TI corporativa. E a Canonical não está sozinha: distros como a RHEL e a SLE são fantásticas - e pagas. Custam até mais que uma cópia equivalente do Windows, por exemplo. São contratadas normalmente num regime de assinatura: você não paga necessariamente pelo que já tem instalado, paga para continuar recebendo updates. Parece injusto?
4º) Relacionado ao item 3: você acha mesmo que o Windows é tão fácil de se piratear por ampla competência dos crackers?
Windows é propositalmente fácil de se quebrar para que se propague e ganhe market share, exatamente como distros Linux fazem. Se você não pagou, a Microsoft não fornece suporte (exatamente como distros Linux, percebeu?). Se pagou pelo Windows, o suporte é péssimo, e o custo da licença, proibitivo. A questão é que ao baixar um produto pirata, o cliente acha mesmo que está tirando vantagem, e fica feliz, e aceita os defeitos do sistema como se fosse parte do pacote 'vantagem'. Em contraste, tente imaginar a Microsoft fornecendo garantia para o Windows toda vez que esse der problema nas mãos de alguém, tal qual seu celular ou seu carro. Vê como seria inviável?
As estratégias da Microsoft e das companhias Linux são similares. Mudam os meios: a Microsoft não é nem um pouco transparente, e ainda sai de coitada, prejudicada, enquanto uma Canonical é vista como incompetente simplesmente por avisar que o produto (sem o serviço) é gratuito. A Canonical, RedHat e SUSE, entre outras, são estigmatizadas por sua transparência.
Felipe Vieira