paulo1205
(usa Ubuntu)
Enviado em 18/05/2017 - 16:41h
Nada do que está acontecendo é bom para o Brasil. Ainda que um bando de ladrões caia agora, outro bando de ladrões vai tomar o poder.
Não é só a elite que é corrupta. E ilustro isso com um exemplo bem próximo: um monte de gente fala francamente da pirataria que realiza (de música, de filmes ou de programas) neste próprio site do VoL.
A corrupção está tão entranhada na alma do brasileiro que até nossos ditados e provérbios a exaltam (e.g. “achado não é roubado”, “ladrão que rouba ladrão...”, “em terra de cego...”, “o que os olhos não veem o coração não sente”). Nossa cultura valoriza o “jeitinho” e a “malandragem” (mesmo que “malandro”, palavra formada por “mal”+“andro(s)”, signfique literalmente “o homem mau”). O sabor da vitória justifica o gol de mão, a falta cavada, a simulação de falta e de inocência na falta intecional. Quase todo mundo desrespeita sinal de trânsito vermelho, restrições a estacionamento e de velocidade, especialmente se não houver fiscalização. Qualquer um que erra -- não só políticos -- tenta justificar seus erros com os erros alheios. Quase todo mundo joga lixo na rua, atravessa fora da faixa e entra no elevador que está indo no sentido oposto para “garantir o lugar”.
E não digo isso só para apontar o dedo na cara dos outros: eu mesmo já cometi algumas dessas coisas acima, e às vezes reincido em outras (especialmente no excesso de velocidade no trânsito).
Enquanto nosso povo não se consertar (e se concertar, também!), não dá para ter nenhuma esperança de diferença.
E a própria “Lava-Jato” (esse próprio nome é um solecismo) não é um dom divino. Em vários momentos, polícia, procuradores e juízes tentaram driblar a lei para conseguir seus objetivos. Driblar a lei é coisa de bandido: o poder público -- e, aliás, todo o público -- tem é de cumpri-la. Se a lei é ruim, existem mecanismos para mudá-la, sem mandar pactos atuais às favas.
Se alguém quiser mesmo mudar o Brasil e mudar o mundo, tem de começar mudando a si mesmo.