Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 17/04/2013 - 11:00h
Todo dia acontece, e é a mesma "mentalidade troll" EXATAMENTE no âmbito religioso.
E esse é um exemplo dessa mentalidade Troll em uma de suas formas mais perigosas, porque vivemos em cultura monoteísta - que historicamente é a única visão religiosa onde o ser humano cogita matar o que considera "mal". Então, não só existe essa mentalidade Troll mesmo no âmbito da religiosidade, como essa é uma de suas formas mais destrutivas e perigosas.
P.S: não sou ateu, só pra constar.
Bem, devemos inicialmente separar os conceitos de "religião" e "religiosidade".
Esta última é valiosa, mas a "religião" não conduz nem jamais conduziu o homem a lugar nenhum.
Jesus, o Cristo, procurou nos livrar das amarras da religião engessada pelos dogmas, para nos conduzir de uma forma "ad libitum" pelos caminhos da religiosidade.
Cristianismo portanto é algo muito diferente daquilo que se entende ou mesmo se pratica por aí.
Praticar o cristianismo não é praticar "tudo o que está na Biblia", mas praticar
especificamente o que o Cristo realmente ensinou.
E um dos ensinamentos que ele deixou foi com relação a ir "tirar o cisco do olho de alguém": Teríamos antes que tirar a trave que está em nosso pŕoprio olho, para que então, enxergando melhor, pudéssemos tirar o tal cisco sem ofender mais ainda o olho de nosso semelhante.
Ele ensinava por parábolas, para que seus ensinamentos não fossem metrificados e posteriormente entendidos, propositadamente, de forma literal.
Assim, se tivermos de corrigir alguma coisa em alguém, temos primeiramente de nos examinar para ver se não há em nós uma falha ainda mais grave,
Agir assim não é "religião", é
prática diária.
A religião tem-se restringido a nos apontar "o cisco do olho", mas não aponta "a nossa trave".
O ranço religioso tem-se tornado pior a cada dia, quando milhares de diferentes doutrinas religiosas ditas "cristãs" se contrapõem e se fundamentalizam, a ponto de negar fatos históricos e científicos, criando uma verdadeira guerra de pensamentos contraditórios, e ironicamente nos afastando cada vez mais dos verdadeiros ensinamentos do Mestre.
Diz um velho ditado que "moscas se apanham com mel, e não com vinagre".
As religiões porém, ao invés de adotarem o discurso amigo(*) do Cristo, têm ameaçado a todos com doutrinas de rigor excessivo, do tipo que aponta pecado no cisco do olho alheio e em tudo que as pessoas fazem.
No entanto, assim como em Mateus 23:23, se esquecem de praticar a misericórdia, o juízo e a fé, que são práticas necessárias para que estejamos em harmonia.
E até usam esse mesmo versículo para justificar a ganância de alguns...
(*) "Amigo" não é necessariamente aquele que concorda com tudo que dizemos ou fazemos, ou que acoberta nossas transgressões, mas o que tem a coragem de nos admoestar quando estamos incorrendo em algum erro.
Aliás, diz a palavra, "admoestai-vos uns aos outros com amor".
Tudo na urbanidade, na sinceridade, na retidão.
É esse tipo de religiosidade prática que precisamos ter, em primeiro lugar.
O resto serão apenas dogmas e outras inutilidades.