Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade

Esse artigo apenas explica de forma superficial o que é Teoria das Formas e qual a sua importância na computação e principalmente nas interfaces gráficas.

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Por: Xerxes em 29/04/2009


A importância na computação



Conforme os computadores foram se tornando mais populares a partir de 1980, os fabricantes de sistemas operacionais e softwares perceberam que estava na hora de mudar um pouco a ideia de que computadores são complicados de usar, para assim poderem conquistar mais clientes.

A estratégia foi adicionar cada vez mais elementos visuais e gráficos ao sistema operacional e aos softwares. Assim o conceito de interfaces gráficas começou a nascer. Porém, isso não apenas aumentou a venda dos programas, devido ao atrativo visual, mas também contribuiu para o aumento da sua usabilidade, o que significa maior produtividade.

A maior aceitação do computador como ferramenta de uso pessoal foi muito influenciada por essa "revolução" nas interfaces gráficas. Tudo conseguido através do uso das formas.

Na Teoria das Formas, o trabalho visual está relacionado ao equilíbrio das figuras, à clareza e à harmonia. Essas ideias são indispensáveis na arte, no produto industrial, em projetos de computação gráfica, na arquitetura ou em qualquer outra atividade que explore a expressão visual.

É trabalho do desenvolvedor criar projetos que satisfaçam às necessidades de usabilidade com adequada estrutura formal, respeitando os padrões culturais, a lógica matemática e psicológica por trás da harmonia visual. Para conseguir isso, o desenvolvedor pode se basear nos estudos e experimentos da Teoria das Formas desenvolvida pela Gestalt.

Certamente muitos estudos foram feitos no campo da semiótica, no campo cognitivo e ergonômico para se obter a interface gráfica usada atualmente nos sistemas em geral (que apesar das diferenças, são todos mais ou menos parecidos). Isso nos levou ao surgimento de um novo conceito: GUI (Graphic User Interface - Interface Gráfica de Usuário).

Teoria das Formas: Essencial para a o desenvolvimento da interface gráfica

Ao longo do desenvolvimento das interfaces gráficas dos softwares e dos sistemas operacionais, podemos perceber que alguns nomes se destacaram por seu investimento na idéia da importância das formas no campo da informática, como maneira de aumentar a usabilidade de seus projetos. Vale ressaltar que esse é o principal objetivo da Teoria das Formas nessa área: aumentar a usabilidade e agradabilidade, seja de um software, de um filme feito em computação gráfica, página de internet ou qualquer coisa criada na área de computação.

Douglas Englebart

Engenheiro eletrônico graduado em 1948, Englebart trabalhou na NACA (antecessora da NASA) como operador de radar. Em 1962, quase vinte anos antes do lançamento do computador pessoal, publicou um trabalho intitulado "Augmenting Human Intellect", onde dizia que os computadores ofereciam o método mais rápido para "aumentar a capacidade de um homem para encarar uma situação problemática complexa, obter conhecimento para preencher suas necessidades particulares e deduzir soluções para problemas". Nessa época não existia nem teclado nem monitor. Mas Englebert já se preocupava com questão da usabilidade.

Em 1968 Englebart, trabalhando no Stanford Research Institute, onde se dedicava a pesquisas sobre computadores, promoveu uma demonstração pública de um sistema que havia criado, o NLS (oN-Line System), um sistema verdadeiramente revolucionário, composto de uma tela montada com um tubo de raios catódicos (um tipo rudimentar de monitor), um teclado primitivo que continha apenas letras maiúsculas e uma caixinha retangular com três botões que, ao ser movida, fazia um ponteiro se deslocar na tela acompanhando seu movimento. Ele havia inventado o mouse, um dos pontos chaves da interface gráfica.
Linux: Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade

Charles Simonyi e Buttler Lampson

Entre os vários desenvolvedores do PARC (Xerox Palo Alto Research Center - Centro de Pesquisa Xerox em Palo Alto), destacam-se Charles Simonyi e Butler Lampson, que foram os principais responsáveis pela criação da primeira interface gráfica para o sistema operacional Alto da Xerox em 1970.

Foi nesse sistema que se desenvolveu a base da comunicação visual que seria utilizada por computadores dali por diante - através de uma interface gráfica, usando componentes em forma de ícones, janelas e a estrutura WYSIWYG (What You See Is What You Get - O que Você Vê é o Que Você Pega).

A necessidade de tornar o ambiente mais usual, aproximando o usuário do sistema operacional através da utilização de ícones, já demonstra o uso da Teoria das Formas, pois baseado na cultura de uma sociedade, o usuário pode relacionar o ícone de uma caixa de correio à ideia de checar mensagens de e-mail de uma maneira mais intuitiva.
Linux: Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade
Imagem da interface gráfica do sistema Alto da XEROX criado em 1974 (note como o relógio analógico e o calendário na área de trabalho já existiam muito antes da Microsoft criar o Sidebar do Windows Vista. A Xerox já havia criado a ideia de gadgets)
Linux: Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade
Sistema Operacional STAR da Xerox lançado em 1981

Steve Jobs

Em 1980, um dos fundadores da Apple, Steve Jobs, desenvolveu as ideias da Xerox preocupando-se em criar um ambiente de maior usabilidade. A princípio a Apple apenas imitou a Xerox utilizando-se de algumas metáforas iconográficas, como por exemplo: arquivos seriam representados por um ícone de folha de papel, diretórios seriam representados por ícones de pastas.

Em seguida a empresa começou a desenhar um projeto completamente novo, mas baseando-se nos princípios gerais do conceito de GUI. Notadamente, uma imagem substitui muitas palavras. Assim surgiu o sistema operacional Macintosh, e posteriormente o Mac OS X Leopard.
Linux: Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade
Sistema operacional Macintosh 1 lançado pela Apple em 1984
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Sistema operacional Macintosh X lançado pela Apple em 2001
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Interface gráfica do Mac OS X Leopard da Apple lançado em 2007
A Microsoft, apesar de ter uma importância gigantesca na área da informática, não promoveu nenhuma revolução em termos de interfaces gráficas, já que quando a interface do sistema operacional Windows foi criada, os elementos e ideias utilizados nele já existiam em sistemas anteriores. O sucesso do Windows tem mais a ver com estratégia de marketing do que com inovação.
Linux: Teoria das Formas e o Aumento da Usabilidade
Interface gráfica do Windows 3 lançado pela Microsoft em 1991
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Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. A importância na computação
   3. Conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por luizvieira em 29/04/2009 - 10:00h

Muito interessante.
Gosto muito das pesquisas que mesclam a área de humanas com exatas, de forma pragmática e concisa.
Parabéns!

[2] Comentário enviado por Morvan em 30/04/2009 - 09:06h

Bom dia, Xerxes.
Excelente artigo, o que abrilhanta ainda mais este nosso espaço, o VOL.
À guisa de esclarecer, gostaria de fazer um pequeno aclaramento no conceito de Gestalt; Onde se lê "... o todo é mais do que a soma de suas partes..." leia-se "... o todo é maior do que a soma de todas as partes ...", onde podemos citar, por exemplo, a música (exemplo recorrente nos cursos de Psicologia / Pedagogia), onde, se se a desconstroi, só se obtêm sete notas (não considerando aqui as variações, como bemol, sustenido, etc.), e não um harmonioso e agradável conjunto de sons.
No caso da interface gráfica, não podemos esquecer o Lisa, o primeiro computador a portar uma GUI. Claro que quem entrou para história foi o McIntosh, por razões tecnológicas, bem como mercadológicas.
Reiterando, o seu artigo é muito elucidativo e ilustrativo idem; parabéns.
Morvan, usuário Linux #633640.

[3] Comentário enviado por Eunir Augusto em 25/06/2009 - 10:52h

Bom dia, Xerxeslins.

Este é um dos artigos mais bem escritos que já li nos ultimos meses. Meus parabens!


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