
Rei Tenguh
(usa Arch Linux)
Enviado em 15/06/2012 - 14:28h
Pessoalmente:
Tenho ojeriza a encanação com exatidão em termos técnicos. Desde a filosofia até a informática, definições são ferramentas e não pontos de partida.
Professor de filosofia que não tem capacidade de abstração e aprende só a história da filosofia adora dizer: "O mundo rí, o odioso véu cai, e eis que a luz se casa com a misteriosa e envolvente noite" (Nietzche). Mas se diz "olha o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral" (Raulzito), que diz a mesmíssima coisa, daí não pode, porque não é "filosofia", é arte popular.
Essa atitude mental tão corriqueira é - na minha opinião - algo a ser combatido e banido da cultura até acadêmica, que se diga do dia-a-dia.
"Exatidão conceitual" - enquanto princípio - transforma a linguagem, que deveria ser uma ferramenta da mente, em uma imposição de limites ao ato de pensar.
(Isso sem contar que se torna ainda mais "estranha" em um contexto de "bootar", "linkar" e de termos em inglês usados em linguagem portuguesa corrente)
"A forma corresponde a função; mas, ao prender-se a forma, desvirtua-se o princípio"
Tengu Geijutsu Ron - Chissai Chosan (Japão, séc. XIV)
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Exemplo de uma mesma coisa dita de 3 formas diferentes:
- Linguagem conceitual: "Se você não tem por hábito o auto-questionamento, então quaisquer raciocínios que você utilize para analizar pessoas serão incoerentes com sua própria natureza" (formulei agora)
- Linguagem poética: "Antes de olhar para a trave do olho de seu irmão, vê primeiro a trave do teu próprio olho" (Jesus de Nazaré)
- Linguagem direta: "Você já foi ao espelho, nêgo? Não? Então... vá!" (Raulzito)
Pessoalmente, acho que a comunicação decai quanto maior for a "exatidão" buscada.